Wednesday, February 15, 2006

O teu destino és tu que o fazes!



"- Ficavas surpreendido se soubesses as coisas que aprendi e sei fazer - respondera-lhe. - Aprendi, por exemplo, que o que nos impede de morrer é estarmos surpreendidos desde que começou, verdadeiramente, o nosso destino.
- E qual é o teu destino?
- Construir para permitir a destruição.
- Já não há ninguém assim - o tom do Rémora era abrupto e insolente. - Só tens de contar com os outros quando os vires. E mesmo assim... Apesar de tudo, apesar da tua imponência e da tua estatura, tu corres sempre perigo porque estás vivo e o teu destino é morrer.
- Saber que corro perigo ajuda-me melhor a suportar a humilhação.
- A humilhação?
- Não há nada mais humilhante do que ser assalariado. O meu destino é ser livre. E a servidão do assalariado é perversa: dá-lhe a falsa noção de que é livre porque dispôe de dinheiro para as suas necessidades mais elementares. Mas não me queixo. Quem se queixa está a empurrar os seus problemas para os outros."

Excerto retirado do livro " A Colina de Cristal" de Baptista-Bastos.

Este é um pequeno excerto que me levou a reflectir e achei que o deveria partilhar convosco. Porque pensar um pouco e reflectir um pouco deveria ser um acto diário, por vezes na montanha-russa acelerada do dia-a-dia, sobra-nos pouco tempo para pensar nas coisas, entre a hora de almoço, o apanhar o comboio, o ficar stressado com o trânsito, o ter de ir ali ou acolá resolver qualquer coisa. A todo o momento temos de tomar decisões, saber que se tivéssemos escolhido o inverso e sentir que talvez as coisas fossem de modo diferente, deixa-nos muita vezes inertes e a vogar ao sabor da corrente.

Todos temos o nosso valor enquanto indíviduos pensadores, se pensarmos que conseguiremos alcançar os nossos objectivos, então porque não ir à luta daquilo que verdadeiramente queremos, ao invés de pesar todos os pós e o contras, que por vezes nos confundem na nossa vontade real.
Somos nós que fazemos o nosso próprio destino, somos nós que escolhemos o nosso caminho. Eu por mim, vou traçar uma estrada até às estrelas e espero não me enganar pelo caminho.

2 Comments:

At 2:24 AM, Blogger João said...

Cito: "[...] então porque não ir à luta daquilo que verdadeiramente queremos, ao invés de pesar todos os pós e o contras, que por vezes nos confundem na nossa vontade real [...]"

Porque a natureza do ser humano é medíocre. Nós somos tão mimados durante a nossa vida que, sempre que nos perguntam se preferimos segurança ou liberdade, optamos pela primeira.

Porque nunca sentimos e tocámos a liberdade. Porque as outras pessoas dão-nos aquilo que acham ser o melhor, e nós nunca temos possibilidade de o chegar a escolher. Por que quando chega a altura de escolher, a liberdade assemelha-se a algum buraco negro, desconhecido, e a segurança é já o seio da serenidade e felicidade.

Porque o ser humano vive de acordo com aquilo que acha. E se acha que aquilo é melhor do que isto, ele vai fazer aquilo que acha, por mais que haja informação a indicar-lhe um contrário.

Porque segurança é uma ilusão mental, e não existe realmente. Mas gostamos de tentar prever tudo até ao mais ínfimo pormenor. Umas previsões com mais sucesso que outras, mas o que nos dá realmente segurança, é sabermo-nos a fazê-las. Mesmo que não corram como esperado, acreditávamos que havia essa possibilidade. E a ilusão de que sabemos o que vai acontecer é suficiente.

 
At 7:30 AM, Blogger Santiagando said...

Fizeste-me pensar... tens toda a razão.

Mas não é fácil ser livre... e é isso que dá mais gozo.

Vai até às estrelas e não te vais enganar, não.

Eu, por mim, vou fazer o mesmo!

 

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